segunda-feira, 13 de julho de 2015

UM ANO DE GOVERNAÇÃO AVALIAÇÃO POSITIVA

“Eu nunca fiz negócios de madeira... Nunca fiz negócio da pesca e estou aqui perante todo o mundo a dizer que não tenho nenhum interesse em relação a esse negócio... Em relação aos recursos naturais estou a dizer perante esta plenária, todo o povo guineense, este Governo ainda não assinou um único contrato de concessão em relação aos recursos naturais”, Domingos Simões Pereira.

Como prometido é devido, não obstante, a “Conferência Um Ano de Governação”, proferida pelo Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, ter decorrida no passado dia 04 de julho, atendendo o elevado interesse da matéria para o público, não poderia deixar de concluir o ciclo destas notas, que nos propusemos fazer.
Uma debate de quase de três horas, cuja iniciativa inédita foi do Gabinete do Primeiro-Ministro, promovida pelo INEP,deveras interessante, que ninguém rodou o pé, até ao fim. Antes pelo contrário, a medida que as pessoas, foram tomando o conhecimento do evento pela transmissão, em direto, da rádio, lotaram por completo o Anfiteatro Manuel Nassum.

Desta feita, como dizemos anteriormente, depois da exposição introdutória alusivo à governação, da interpelação dos jornalistas e da audiência,
Jornalista Amadú Tidjane Sal 
em geral,
 apesar do orador ter sido tão explícito e dissipado todas as dúvidas, à imprensa quis saber mais. Assim, terminado este interessante momento, o moderador Rui Ribeiro passou a palavra aos analistas políticos convidados, que sob o olhar atento, durante o debate sempre estiverem a tomar notas.

O primeiro a falar foi Toni Tcheca, que começou por tecer um paralelismo, entre a intervenção do Chefe do Governo no INEP, o ato de empossamento, com o Programa aprovado na ANP, para em seguida concluir: “dificilmente se encontram contradições... tudo nos faz crer que nós então estamos bem. Analisando a situação não teria razões nem motivo para estar preocupado. Mas, confesso sinceramente continuo preocupado.” Porque, apesar do discurso“primeiro magistrado na nação, quis parecer que tinha por fito sossegar o país, acalmar uma certa onda de boatas, que se apoderou do país, uma vez mais”, de que “nunca disse que vou derrubar o Governo...” é preocupante. Não sabemos “Quem propagandeia o boato... À verdade é que fica tudo num diz que diz enorme...” Houve “coerência na governação... de Simões Pereira”, mas denoto “algum défice cheio de comunicação. O governo precisa de uma comunicação mais proactiva, mais frequente, mais regular,” que não deixe espaço ao boato... à desinformação. Reclamou que as “questões de corrupção sejam devidamente esclarecidas... porque fica sempre uma nódoa, fica sempre algo por explicar, fica uma duvida...“ E, que todo esse ruído acaba por atormentar o cidadão guineense. Defendeu que “essa explicação tem que ir para além do aspecto meramente jurídico...”  Tem que se fazer uma radiografia, ter em conta os bons costumes, as atitudes, os comportamentos, a higiene política, a ética, no geral, sobre em assuntos do EstadoElogiou a estratégia adotada pelo PAIGC, vencedor das eleições, em alargar o leque de governação a outras cores políticas, exclamando: “excelente! Eis o caminho...”, rematando, mesmo sabendo que nem toda a gente do PAIGC esteve de acordo, “à verdade porém é que está a dar resultados...” Permitiu ter “um governo com programa próprio de gente entregue, indo para além daquilo que é partidário.” Nesse sentido, sugeriu que por forma a evitar situações de ruptura, que estamos hoje a viver, que o PAIGC devia olhar um pouco mais para dentro de si próprio, colocando outras sensibilidades internas na sua governação. Finalizou, declarando estar deveras“preocupado com o avanço do fundamentalismo religioso em Bissau”, que é “deveras ameaçador e vai para além da burka...”, estão coisas terríveis a acontecer. “Nós estamos a perder a nossa identidade... Estou preocupado com a fronteira norte, que até agora não está esclarecida...”


Seguidamente, falou Suleimane Cassamá, que dissertou o seu ponto de vista, à volta do conceito do “princípio da presunção da inocência”, em que classifica o suspeito, como o elemento mais forte de todo processo. Em jeito de aconselhamento disse, “essa situação não conforta o próprio Primeiro-ministro, que teve a coragem de por o que é seu ao público... Ele não tem problemas nenhuns. Isso cobre todos os outros membros do governo que não têm problemas...”  Assegurou que compete “o próprio visado, não o Primeiro-ministro” a por o seu cargo à disposição.“Quem pressupõe que está prejudicar o país, deve fazer isso, para que o país se recupere...”, sublinhou. Identificando a abordagem do Chefe do Governo como  “um balanço sintético” de um ano de governação, num mandato de quatro anos, enfatizou que não se deve só fazer criticas e “que todos nós de forma objectiva conhecemos e não só, a própria comunidade internacional... através de várias intervenções reconheceu os bons trabalhos que o Governo tem estado a fazer.” Chamou à atenção, não se devia deixar passar por despercebido, o trabalho do combate ao mal, nomeadamente, a recolha de armas... à saída dos militares dos quartéis, para tentar interagir com a população, entre outros situações, que o Governo vem sendo desenvolvendo.  Afirmou  concordar com o seu colega Toni Tcheca, de que: “Este governo herdou o que eu chamo... mufunesa... A corrupção no aparelho de Estado não começou com este governo. Outras males que grassam este país, o desábito ao trabalho, a inversão de valores entre tantas outras situações não começaram com este governo.” Não entanto, sublinhou que o “Partido ao se candidatar as eleições”propôs-se para resolver os problemas e que o governo por estar no campo tem “uma visão um pouco menos clara”dos que estão nas bancadas,  cujas condições são melhores para se poder “observar de perto e pelo menos ter alguma avaliação isenta do que se está a passar.” Terminou o seu raciocínio dizendo “reconhecemos os vossos esforços.” Mas, temos que trabalhar 10 vezes mais, como o próprio PAIGC declarou num dos seus dísticosPortanto, “nô mistida stá na bó mon! Se não o resolverem como deve ser nós vamos agir.” Interrogou ao Chefe do Governo se a expressão “deixe-me governar” é dirigida à população ou a outra camada?  Se for para nós, vamos exercer os nossos direitos democráticos até ao fim do vosso mandato, expressando a nossa opinião, não só criticando, mas também tentando contribuir para melhorar o vosso desempenho e trabalho. Prosseguiu o seu comentário, dizendo: “também o sigo com alguma atenção, porque tem sido um informador importante. Esse é o papel de todo o governante. ” Ao referir à onda de boatos, do que diz, diz, comentou que: “certos funcionamentos do Presidente da República que não nos deixam tranquilos” e “não se fundamentam na posição dele. O presidente da República não deve ser uma oposição ao Governo. Deve ser um facilitador. Deve abrir o caminho. Deve apoiar o Governo para que possa fazer o trabalho. O Governo também tem responsabilidades politicas perante o Presidente da República... E, que não é suficiente “dizer que o discurso é para obstaculizar uma outra situação” quando “no fim acabou levantando muitas questões...” Contudo, de uma forma geral pode-se dizer que o discurso do Presidente da República baixou um pouco a temperatura, assegurou o analista político. No fim, apelou a uma maior colaboração entre os três órgãos de soberania, que devem “estar mais colados”.
equipa governamental
 O contexto em que o governo assumiu os destinos do país, foi bastante difícil e complicado, afirmou o último painelista, Jamel Handem, ao intervir. Tínhamos acabado de sair de uma transição, que trouxe muitos problemas. “Nós vemos com muita satisfação, que este Governo tomou o tempo de pensar o país. Isso é um ponto muito positivo. Esse tempo permitiu que houvesse um diagnostico sério e aprofundado sobre os problemas e os obstáculos que impedem a resolução de vários problemas... Nós vimos uma Visão a ser construída. Portanto são as aspectos que eu tenho a louvar da atuação do governo. Acentuou que como disse o Sr. Primeiro-ministro a questão reside nas distrações, neste um ano de governação, “houve muitas distrações, que culminaram com os rumores nos últimos meses sobre a possível queda do Governo e que o Presidente da República no seu discurso de ontem tentou acalmar as pessoas  reafirmando que não era a sua intenção derrubar o governo.” Assumiu que “Essas distrações não foram tratadas num fórum próprio. Foram tratadas na comunicação social. Isso levou aos rumores...” “que deviam ser tratados a nível institucional e através de mecanismos próprios... Os órgãos da soberania da Guiné-Bissau devem ter mais responsabilidade, ter mais cuidado ao trazerem determinados assuntos para o público.” Não escondeu que perante as situações criadas, “aquele animo,  aquela esperança que foi criada depois das eleições praticamente se esvaneceu e estamos hoje numa situação de incerteza de novo. Portanto, pensamos que alguns assuntos do Estado deviam ter sido tratados com mais transparência.”  Referindo os recursos naturais, disse: “há muita dúvidas na cabeça dos guineenses. Porque vimos como as nossas florestas foram devastadas. Até hoje não há uma solução... Nós temos muitas duvidas se não estaremos vitimas de algumas calamidades nos próximos tempos.”  Criticou que o orçamento-geral do Estado não presta nenhum atenção aos vulneráveis: mulheres, crianças e pessoas deficientes, que “isso entra em contradição com o próprio Programa do Governo e com as prioridades que estabelece, sobretudo para área social”. Devendo pensar-se numa revisão do orçamento-geral dando mais atenção ao sector social. “O sector social não pode continuar a viver só com um orçamento que só paga os salários”, declarou. Demonstrou o seu descontentamento, em relação o controlo dos preços dos produtos básicos, dizendo: “a situação não mudou e continua a agravar-se...” Os aumentos são  “na ordem de 150% e em alguns casos e 200%.”  Concluiu, falando dos Direitos Humanos que avalia como sendo positiva, pois durante este um ano de governação, não houve no país tantas violações como no passado.

Considerações Finais

Foi uma excelente ocasião, para Simões Pereira comungar o mesmo sentimento de preocupação, no tocante a situação política do país, com a sociedade guineense, em geral. “O guineense que diz que neste momento não está preocupado não estará a contar toda à verdade... Ouvimos com muita atenção a Sua Excelência, o Presidente da República... também espero com alguma atenção que nos próximos tempos possam demonstrar se o ambiente está completamente desanuviado ou não? ” Garantiu que não gostaria que se fizesse um aproveitamento político do debate, nem num sentido, nem noutro. Colocou o acento tónico de que “há o bom senso, há elementos de razoabilidade que podem instruir as nossas ações, mas depois há lei... E quem assume a governação é esperado que possa encorpar todas essas dimensões.”  Sendo que “a parte de lei é para se cumprir” e o resto para ser encarado com uma certa flexibilidade. “Pretendo com isto dizer que tenho que assumir as minhas responsabilidades. Se sou investido para o cargo do Primeiro-ministro tenho que exercer as competências do Chefe do Governo. E tenho que ir verificar de acordo com a constituição e leis aplicáveis na Guiné-Bissau, quais as responsabilidades que me incumbem...”  Em caso de confrontação de dificuldades com outras instâncias “temos que dizer a entidade que está errada, que está errada”, porque “ se há coisa que não sei fazer e espero não aprender fazer isso, enquanto Primeiro-ministro... ter medo... Eu nunca terei medo enquanto Chefe do Governo, a cumprir as minhas obrigações”. Informou, que semanalmente tem audiências de trabalho com o Presidente da República e com o Presidente na ANP, sempre que este lhe chama, dizendo: “tenho as caracterizadas como de trabalho sério... Quem me ouve com alguma atenção, já há uma frase que conhecem de mim, sempre que dizem que há uma situação é tensa, eu digo que o assunto é que difícil. Não são necessariamente as pessoas... E, perante situações difíceis é normal que as nossas posições não sejam sempre coincidentes.” Defendeu que se cada um aplicasse os três ingredientes: a razoabilidade, a ponderação e as leis, que em princípio deviam ser capazes realmente de sair dessa situação. Que tem se colocado sempre à disposição dessas entidades para colaborar, em busca de uma solução.  Aceitou de que o governo tem que melhor a sua comunicação, que o facto de se comunicar menos, isso deve-se ao facto de não pactuar que qualquer diferença do ponto de vista, deve ser logo tratada na comunicação social e que para não estoirar, alguém terá que ficar calado. Mas, quando a comunicação para fazer alusão as diferenças de opinião são feitas na comunicação social demonstrando a partida a ruptura “assumo a posição de ficar calado. Porque chego à conclusão de que se falar, tenho de dizer a verdade.”  Quando confrontado com situações de ruptura, estende à mão a palmatória, muito embora não seja o melhor mecanismo, preferindo ficar calado. Em relação a exigência da sociedade guineense de os órgãos da soberania avaliarem melhor a comunicação para fora e das promessas do Sr. Presidente da República e do Presidente da Assembleia, assegurou que naquilo que lhe compete irá colaborar com todos nesse sentido. Registou de bom agrado, a ideia de que o PAIGC, também devia olhar mais para dentro de si, incluindo alguma oposição interna na governação. Mas, ressalvou que “é o que temos tentado fazer... Talvez, provavelmente não é possível também fazer a todos os níveis.” Porque no exercício democrático até que se tome uma decisão,  há que respeitar a diferença de opinião e o contraditório, que “ainda não aprendemos” sublinhou.  Interrogou a audiência se será normal, mesmo adotada a decisão, que cada dirigente continue a fazer oposição à direção, pondo em causa a disciplina interna? “Não penso que seja assim!,” exclamou. Para ilustrar o seu pensamento, citou a dificuldade por que passou ao formar o Governo de Inclusão, elucidando de que “...foi aplaudido por muitos, mas como podem imaginar foi muito criticado por muitos hostes do Partido. No final foi validado.” Esclarecendo que com a decisão tomada, muitos dirigentes se reservaram no direito de fazer campanha pelo interior de “que só não estavam no executivo ou em outras instâncias de governação, porque o Presidente do Partido e Chefe do Governo, está mais preocupado em acautelar e a confortar a oposição do que a confortar o próprio Partido.” Que perante a situação não tomou nenhuma decisão isolada, convocou os órgãos do Partido que no final se chegou a uma conclusão coincidente. Quanto a questão do fundamentalismo religioso disse ser uma questão de facto premente e preocupante. Ter consciência dos riscos e das ameaças, que pode parecer que nesse matéria se está a recuar, mas já um diálogo encetado com várias instâncias do poder religioso, pois a solução deve ser apoiada  numa “liderança forte, convergente e que possa lhe realmente trazer para o debate todas as sensibilidades nacionais para que no final a resultante seja aquilo que preserva a nossa unidade nacional e desenvolvimento do país.” Igualmente, sobre a problemática da fronteira norte, admitiu que é um assunto delicado, que abrange outro Estado, que a via de confrontação nunca será a melhor solução, mas que deverá ser acautelada e resolvida. Ao falar da corrupção fez uma analogia, com os esforços da Mesa Redonda, cujo essencial é a procura de recursos, perguntando: “se partimos de um pressuposto que o governo é não credível, como é que vocês esperam que a comunidade internacional vos dê recursos? Nesse contexto, o Governo sente-se na obrigação de comprovar que é uma estrutura credível. Por isso, fizemos um pedido de auditoria internacional junto a comunidade internacional, nomeadamente aos sistema das nações unidas e ao Banco Mundial. “Pensamos que é a única forma, de a população poder saber  à verdade sobre os vários rumores que pairam.” Assim, lançamos uma auditoria a gestão pública, que inclui o tesouro público e os fundos públicos, portanto “se já está a acontecer a auditoria baixemos o tom desse debate e aguardemos pacientemente que o resultado da auditoria venha dizer, quem é que fez uma utilização correta dos fundos e quem não fez?”: Acabou questionando: “porque é que nós queremos antecipar esta acusação.”
plateia/audiência 
Acerca da incompatibilidade de uma pessoa exercer determinados cargos, a partir do momento que é indiciada e é suspeita, defendido pelo Suleimane, disse concordar. Ressalvando porém, de que não sabe se isso é disputada por outros juristas, pois recebeu vários pareceres baseados em outros figurinos e que mesmo assim vai aceitar o seu parecer. Estando de acordo com o parecer do painelista, colocou dois elementos para a reflexão: primeiro, na altura que esse debate veio a superfície e ganhou a proporção que ganhou, o membro do Governo que estava em causa, ainda não tinha sido ouvido. Face isso notificamos as estâncias competentes e dissemos se estão na posse de algo que faz pensar que há indícios suficientes digam, para colocarmos o membro do Governo à disposição e “podermos separar a ação da governação dos outros atos. Isso não aconteceu.” Portanto, “não estou de facto à vontade, com o pressuposto, se o acusado é automaticamente culpado”, declarou o Chefe do Governo. Segundo, nessa ocasião, em que se falava da corrupção, 12 membros do Governo de forma sistemática, sob alegação de que elementos da Comissão que estava a gerir a questão da Madeira,  teriam feitos acusações, foram intimados as instâncias judiciais. “Isso é sério?” indagou. O que acontecera é que após uma avaliação, ao meio do percurso, chegou-se à conclusão que havia falta de seriedade e de rigor por parte dessa Comissão. Suspendem-mo-lá, pedimos a Procuradoria-Geral e a Policia Judiciaria para investigar esses casos. As pessoas suspensas foram convidadas a proferir declarações que se transformaram em acusações contra os membros do Governo. E, se os colocasse disponíveis para a Justiça “de uma assentada só, teria que tirar 12 membros do Governo”, frisou. Referiu-se ainda que na ausência dos titulares dos Ministérios os agentes da justiça fizeram apreensões de uma lista muito grande de documentos, sem que a parte visada tivesse a possibilidade de ter presente os seus advogados. Será que “este procedimento é transparente e justo? Nós pesamos que não... Nenhum membro do Governo se irá escudar em seu estatuto .... para não responder à Justiça.” Ultimou dizendo: “Mas, por favor sejamos capazes de nos tratar com dignidade e o respeito que todos merecem.” Sobre o combate ao narcotráfico e ao crime organizado, lembra as ações da UTC, UACI, ScientifiqueGeaba e os acordos bilaterais para aproximar à justiça das populações e de que hoje “a comunidade internacional dá sinais de acreditar na atual administração.” Tomou a critica do absentismo na função público como positiva, esclarecendo que inclusive havia dado instruções aos ministros para que tomassem medidas a fim de o corrigir. Disse saber, que as pessoas preferiam que fosse à frente dos ministérios e perguntasse: quando é que você entra? “Mas, eu gosto dessa imagem. Eu não gosto da imagem do general... Eu acredito num outro mecanismo”, consubstanciado no Estado para exigir tem cumprir (É o que temos estado a tentar fazer); que o Estado tem criar mecanismos de motorização (A reforma da Função vai permitir os Ministérios adotarem-se de mecanismos de motorização). Há muitas criticas ao absentismo e nós aplaudimos, quando é de nós próprios que estão a falar. Este é daqueles domínios que deveria ser liderado com exemplos. Em vez de chamamos a comunicação social, para pronunciar à viva voz, que eu sou contra o absentismo, “tenho de trabalhar para eu próprio não promover esse absentismo... Quem pensa ao contrário tem o meu respeito. Mas, não me pode pedir para eu fazer exatamente, como ele pensa. Vamos chegar a esses resultados... Eu não quero ser general à frente dos Ministérios para fazer esse tipo de papel.”Advertiu, que acredita na critica e no contraditório, que “quem quer fazer política tem que estar preparado para ouvir, quem não está de acordo com ele. Penso que estou preparado para ouvir. Dói muito quando você está a ser criticado por algo que não fez. Dói ainda mais, quem lhe está a criticar sabe que você não fez.”  Portanto, “se ainda não me ouviram a responder tais acusações é porque acredito nas instituições que têm a vocação para o efeito. Vão traze-la à luz do dia e vão permitir que a população saiba daquilo, que nós estamos a falar. Eu acredito não instituições, por isso, é que eu não precipito qualquer tipo de confrontação.”

Pactua com o analista político, Jamel Handem que as diferenças não deviam ser tratadas na comunicação social e que por causa disso os ganhos se esvaneceram, resumindo que é isso que exatamente “eu chamo distrações”. Deu exemplo, que aquando da preparação da Mesa Redonda, após o encontro em Lisboa, com o Diretor-geral da 8ª Visão do Desenvolvimento da UE, que lhe permitiu ter uma ideia do que ia acontecer, de regresso de Lisboa, disse aos membros do Governo que o acompanhavam: “nos próximos 20 ou 30 dias que nós temos até a Mesa Redonda, vão ser consagrados por mim exclusivamente a trabalhar na Mesa Redonda... Quando cheguei ao país fui confrontado com outras situações e nesses 20 dias... fiz tudo menos pensar na Mesa Redonda... É assim que nós estamos a contribuir para o desenvolvimento do nosso país? É assim que realmente nós estamos a materializar e a trazer aquilo que a população nos pede? Num clima que diariamente é chamado para responder, que “há mais acusações contra ti,” que “ouvimos dizer que a tua mulher fez isso; o teu filho fez isso, ouvimos dizer que o teu irmão faz não sei o quê?”, sendo o seu Partido testemunho desse facto, fez manifestou desse jeito: “eu sou um ser humano. Posso errar, posso-me enganar... Estou preparado para ser confrontado com os meus erros. A única coisa que eu peço, mas quando tiverem elementos para me confrontar. Confrontem-me. Não me poupem e estou a gerir fundos públicos, até terem essa prova, deixem-nos trabalhar! É simples.” Relembrou que entrou para a função publica em 88, tendo desempenhou muitos cargos, aonde geriu valores e nunca foi acusado desse ato. Voltou a reafirmar “quem tem provas que as exiba.”  E, quem tiver elementos para lhe “considerar suspeito que as faça.” Reiterou a sua“disponibilidade para autorizar a todo o mundo poder aceder aos seus dados”, inquirindo “que mais ou posso fazer?” Concluiu “tem que haver algum momento de alguma trégua. Vamos parar! Vamos permitir que as pessoas trabalhem. Falamos muito absentismo. Absentismo não só estar no local de trabalho. É estar no local de trabalho a trabalhar. Não é estar no local de trabalho a tratar dos rumores daquilo que se diz à nível da comunicação.” Ao falar da floresta devastada, mencionou um velho ditado: “quando é muita coisa dita de uma forma tão repetida, não é possível que isto tudo não seja mentira” e que há sempre “uma pequena dose de que você não está limpo em tudo isto que se diz. Minha gente eu estou limpo em relação a tudo isto... completamente. E desafio as pessoas a provarem o contrário.”  No dia 18 de setembro, em Conselho de Ministros, “proibimos novos cortes de madeira...porque governar é continuidade “tentamos ser coerentes com os nossos antecessores,” sendo ou não a medida adotada por eles correta. Daí que separamos as cortes que foram feitas antes e depois do dispositivo de proibição. No entanto, vimos a descobrir uma prática muito interessante, que como o Parque de Estacionamento do Porto de Bissau estava cheio de contentores de madeira, que nos tentaram enganar, despachando a do interior, como se fosse a estacionada antes de dia 18, no Parque. Atentos chegado o navio fomos ao Porto e mandamos descarregar toda a madeira e entregamos o processo a Procuradoria-geral e a Policia Judiciária, que pedimos “tirem-nos a limpo essa situação.” Nesse mesmo momento, estavam a tentar acusar-nos de sermos nós a fazer o negócio da madeira. “Se não fossemos capazes de apreender essa madeira, com que prova que eu estaria aqui hoje a falar convosco. Quem é que não eu ouviu, que eu é que tinha o negócio da madeira por estava a criar problemas... Se pessoas querem de facto conhecer à verdade” ela está lá para ser digitada.


O Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, fechou a sua intervenção que foi bastante esclarecedora, dissipando todas as dúvidas, declarando: “eu nunca fiz negócios de madeira e estou aqui perante todo o mundo a dizer que não tenho nenhum interesse em relação a esse negócio... Nunca fiz negócio da pesca e estou aqui perante todo o mundo a dizer que nem eu próprio, ninguém da minha família, mais próxima tem qualquer negócio ligado as pescas. Em relação aos recursos naturais estou a dizer perante esta plenária, todo o povo guineense, este Governo ainda não assinou um único contrato de concessão em relação aos recursos naturais. O que nós estamos a gerir são contratos que foram assinados no passado, que temos a obrigação de facto dar essa gestão.”


Gabinete de Comunicação e Informação do Primeiro-ministro

domingo, 12 de julho de 2015

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO FMI APROVA PROGRAMA COM A GUINÉ-BISSAU

O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI), aprovou na sexta-feira, 10 de julho de 2015, a solicitação do Governo guineense para um programa trienal com o Fundo apoiado pela Facilidade Alargada de Crédito num montante de 23,8 milhões de dólares americanos. O Conselho concluiu ainda, favoravelmente, as Consultas de 2015 com a Guiné-Bissau ao abrigo do Artigo IV dos estatutos do FMI.
No final das deliberações, os Administradores  subscreveram a avaliação da situação económica e financeira da Guiné-Bissau apresentada pelos serviços do FMI e felicitaram as autoridades guineenses pela determinação em promover a estabilidade política e macroeconómica do país. No entanto, os Administradores concluem que a Guiné-Bissau continua confrontada com desafios sócio-económicos importantes e sublinham a necessidade de um engajamento constante a favor de políticas prudentes e de reformas completas.

O Conselho de Administração do FMI sublinha, ainda, a importância da disciplina orçamental  e da eficácia das despesas públicas e encoraja os esforços em curso das autoridades guineenses em reforçar a mobilização de receitas e a criação de um espaço orçamental adicional para suprir as necessidades importantes de desenvolvimento da Guiné-Bissau. Os Administradores evidenciam, sobretudo, a necessidade de reforçar a gestão das finanças públicas, nomeadamente os procedimentos da execução do orçamento e apelam à busca de progressos na reforma do sector de segurança.

António Nobre

sábado, 11 de julho de 2015

COMUNICADO DE CONDOTÊNCIAS

Tendo o Governo tomado conhecimento do desaparecimento físico do escritor' Felix António Siga, em Lisboa, onde se êncontrava em tratamento, nesta hora de dor e consternação, vem através deste apresentar as suas mais sentidas condolências à família enlutada, aos amigos e a toda a classe literária guineense' O Governo consciente desta percairreparâvel,que deixa certamente um vazio no seio da classe literária, apròveita iguhmente ò ensejo do mesmo, para render uma singela homenagem pública ao nosso saudoso Felix António Siga ' exemplo de um cidadão " ,.gúr, pà1" tuu tamanha dedicação, sempre disponível a servir a sua Pátria, atravéï da'sua produção poética em revistas e livro "Arqueólogo da calçada", aonde tão bem retrata a imagem da nossa sociedade. Diante deste triste facto, impõe-nos a todos, que verguemos perante_ ele, na certezade que será um bom exemplo a seguir e a cultivar pela classe literária guineense.
Honra e gloria eterna, a Felix António Siga' Que a terra lhe seja leve.

 Bissau, 10 de julho de 2015

assinado pelo Engenheiro Domingos Simões Pereira primeiro-ministro 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

É O DESAFIO DO CONHECIMENTO QUE VAI GARANTIR O DESENVOLVIMENTO DO NOSSO PAÍS ” AFIRMA SIMÕES PEREIRA

Com objectivo de criar uma oportunidade única de encontro entre diferentes grupos de jovens estudantes a nível das ciências e um maior envolvimento dos cidadãos sobre o papel da ciência, a Secretaria de Estado do Ensino Superior e Investigação Científica, em colaboração com o INEP, IBAP, CIPA, INASA, as Universidades: Amílcar Cabral, Lusófona e Jean Piaget, numa iniciativa inédita, sob o lema “Uma Ciência para o Desenvolvimento”, organiza de 30 junho a 7 de julho, a “I Semana Nacional da Ciência da Guiné-Bissau”, que irá decorrer durante 5 dias, em várias localidades, em formato de seminários, workshops e palestras, incluindo visitas guiadas, troca de experiências, exposições e atividades culturais, a fim de estimular o espírito critico, a curiosidade e as descobertas científicas. 

Para os seus promotores, pretende-se “dar início a um amplo processo de educação científica, objectivando o fortalecimento, institucionalização e sistematização das actividades de investigação científica e do desenvolvimento e do desenvolvimento tecnológico nas universidades e nos centros de pesquisa.”

O Secretário de Estado do Ensino Superior, Dr. Fernando Gomes Dias, na sua alocução indagando sobre o sistema do ensino e seu futuro imediato, exorta estar preocupado a identificar quais devem ser os reais compromissos da ciência guineense com o país, enfatizando que: “o desenvolvimento socioeconómico de qualquer sociedade está diretamente relacionado à formação académica, da nova geração, do seu interesse e a sua formação em ciências e tecnologia.” Usa o ensejo do mesmo, para lançar um desafio a todas as estruturas de investigação a realizarem uma Conferência Internacional sobre a Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Guiné-Bissau e ao INEP em particular reserva a elaboração da verdadeira História da Luta de Libertação Nacional. Antes de concluir, propõe que 30 de junho, Dia da Ciência de África, seja também o Dia Nacional da Ciência na Guiné-Bissau. 

A cerimónia de abertura foi presidida pelo Primeiro-Ministro, Domingos Simões Pereira, que em jeito de reconhecimento felicita o seu Secretário Estado pela pertinência da organização da I Semana da Ciência e pela acertada escolha do INEP, como centro das atividades, sem esquecer de estender, a mesma ao Diretor-geral do INEP, Professor Doutor Leopoldo Amado.
 “Este tema da ciência é de facto algo que nos confronta a todos... Acredito que a ciência é exatamente a estrutura, o mecanismo, o conceito que nos permite enfrentar os problemas e equacionar os problemas e assumirmos a obrigação de encontrarmos à solução para esses nossos problemas...”, salienta o doutorando, Simões Pereira. Que continua, a ciência “recusa as soluções estanques paradas no tempo... tem como o principal atributo o questionamento... Os métodos que nós utilizados é que faz com que o nosso exercício é científico ou não.” Assumindo o compromisso em nome do “Governo do esforço que se está a realizar nesse sentido.”    

Referindo ao exercício científico diz que nos “obriga a elevar o nosso horizonte, a sermos capazes perante os grandes problemas formular as nossas teses, equacionar as hipóteses e permanentemente” coloca-las em texto.

Sobre a importância desses estudos, a relatividade do conhecimento que não pode ser absoluto; a formulação teórica que fica ultrapassada no tempo; uma melhor compreensão de muitos fenómenos até hoje tratados como um dogma ou esquecidos, aonde a confrontação de ideias é pacifica, ressalta que para a necessidade do conhecimento melhor da nossa sociedade, espera que “o exercício que vai acontecer nos próximos dias nestas jornadas científicas, ajudem-nos sobretudo a fazer-nos conhecer quão relativo é o conhecimento da nossa própria sociedade.”

Chama à atenção que “não podemos continuar a ser, aquele país que tem medo de celebrar a nossa excelência. Quando temos gente capaz, que pode ser a nossa a referência. Temos que os reclamar, temos que os celebrar, temos que os promover.”

Termina, fazendo um reparo de que “os povos que foram capazes de dominar a ciência cometeram muitos erros e nós não podemos ter medo de cometer os erros...” dedicando uma palavra à juventude “vocês estão no sítio certo e talvez estejam no momento certo para aproveitar desta oportunidade... em ganhos indeléveis que irão definir significativamente a mudança qualitativa que o nosso país possa conhecer...” Porque “tantos anos passados... está provado que não são os recursos naturais que garantem o desenvolvimento é o conhecimento, a ciência. Vamos enfrentar o desafio do conhecimento, porque é o desafio do conhecimento que vai garantir o desenvolvimento do nosso país. ”

O evento contou com a presença de ilustres personalidades, membros do Governo, das ciências, da investigação ciência, docentes universitários e discentes.


carlos vaz texto e imagem