Três países lusófonos -- Guiné-Bissau, Angola e Moçambique -- estão entre os que têm a pior taxa de mortalidade infantil, de acordo com o relatório sobre a Situação da População Mundial relativo a 2011 hoje (sexta-feira) divulgado.
Segundo o relatório do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), em cada 1.000 nascidos vivos, morrem 192,6 na Guiné-Bissau (só ultrapassada por Afeganistão e Chade), 160,5 em Angola e 141,9 em Moçambique.
Entre os países de língua portuguesa, seguem-se São Tomé e Príncipe, com 77,8 crianças, e Timor-Leste, com 56,4. Mais abaixo, surgem Cabo Verde, com 27,5, e Brasil, com 20,6. Portugal apresenta uma taxa de 3,7.
Ainda no capítulo da saúde materno - infantil, 1.000 em cada 100.000 mulheres na Guiné-Bissau morrem no parto (pior registo só no Afeganistão e no Tchad).
Com números acima das 500 mortes estão Angola (610) e Moçambique (550). Neste item, o relatório não apresenta dados sobre São Tomé e Príncipe, enquanto em Timor-Leste 370 em 100.000 mulheres morrem no parto. Os números descem em Cabo Verde (94), no Brasil (58) e em Portugal (7).
No que diz respeito à taxa de partos entre adolescentes (15 a 19 anos), é Moçambique que lidera, com 185 (em cada 1.000), 170 na Guiné-Bissau, 165 em Angola, 92 em Cabo
Verde, 91 em São Tomé e Príncipe, 59 em Timor-Leste, 58 no Brasil e 17 em Portugal.
Os indicadores fazem ainda referência à percentagem de "partos atendidos por pessoal qualificado em saúde", sendo esta menor, entre os países da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP), em Timor-Leste (18), inferior apenas no Afeganistão, Chade e Etiópia.
Em Guiné-Bissau (39) e Angola (47) menos de metade das mulheres beneficiaram deste atendimento especializado. Acima dos 50 por cento surgem Moçambique (55), Cabo
Verde (78), São Tomé (82) e Brasil (97).
Na saúde sexual e reprodutiva, é em Angola que as mulheres entre os 15 e os 49 anos menos usam contraceptivos, seja através de que método for. Apenas seis por cento o fazem, seguidas por dez por cento das guineenses e dezassete por cento das moçambicanas.
Em Timor-Leste, 22 porcento das mulheres usam contraceptivos, taxa que aumenta para 38 porcento em São Tomé e Príncipe, 61 porcento em Cabo Verde, 80 por cento no Brasil e 87 porcento em Portugal.
Apenas quatro dos países da CPLP apresentam dados sobre a taxa de prevalência do vírus VIH/SIDA entre a população dos 15 aos 24 anos, com Moçambique a distanciar-se pela negativa, com percentagens de 3,1 porcento nos homens e de 8,6 porcento nas mulheres
(apenas menor do que em países como Botswana, Lesotho, África do Sul, Swazilândia e Zâmbia).
Na Guiné-Bissau, o vírus VIH/SIDA afecta 0,8 porcento de homens e 2,0 porcento de mulheres, em Angola, 0,6 por cento de homens e 1,6 porcento de mulheres e, em Portugal, 0,3 porcento de homens e 0,2 porc ento de mulheres.
Nos indicadores relativos à educação, a taxa de alfabetização da população entre os 15 e os 24 anos é de 78 porcento nos rapazes e 62 porcento nas raparigas tanto na Guiné-Bissau como em Moçambique, e de 81 porcento e 65 porcento em Angola.
Taxas de alfabetização totais ou quase totais verificam-se em São Tomé e Príncipe (95 por cento dos rapazes e 96 porcento das raparigas), no Brasil e em Cabo Verde, com os
mesmos números para rapazes e raparigas (97 e 99 porcento), e em Portugal (100 porcento para os dois sexos).
Não há dados sobre a alfabetização em Timor-Leste, mas o relatório indica que 79 porcento dos rapazes e 76 porcento das raparigas em idade escolar estão matriculados no
"ensino fundamental".
O relatório sobre a Situação da População Mundial é divulgado anualmente pelo Fundo das Nações Unidas para a População, alterando os tópicos e os países de foco. Na edição relativa a 2011, Moçambique é o único país do bloco lusófono analisado ao pormenor.
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