sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Guiné-Bissau Capital sem luz e sem água por avarias e falta de gasóleo


Avarias sistemáticas nos grupos eletrogéneos, aliadas à falta de gasóleo, têm deixado a capital da Guiné-Bissau às escuras há cerca de uma semana, enquanto a direcção da empresa de electricidade diz não ter soluções imediatas.  
 
Em conferência de imprensa, Wasna Papai Danfá, director-geral da EAGB (Empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau) confirmou a rotura nas reservas de gasóleo no país, o que levou a empresa a parar o único gerador que ainda estava em funcionamento na central eléctrica de Bissau.  
 
"É verdade que estamos com problemas dos motores, dos dois em funcionamento, apenas um está operacional, mas sem gasóleo não podíamos pôr a máquina a funcionar", enfatizou Wasna Papai Danfá.  
 
A falta de combustível levou também ao encerramento das estações de serviço, que recomeçaram a abrir desde quarta-feira, com a chegada de gasóleo e gasolina. Sem gasóleo, também as bombas de água ficaram sem funcionar. 
 
O Governo de transição tem prometido em vários momentos que resolve o problema crónico da falta de energia na capital do país e na verdade nos últimos meses tem havido um fornecimento mais regular.  
 
No entanto, há mais de uma semana que Bissau está às escuras e as poucas luzes que se veem provêm de geradores particulares. A pouca iluminação pública da cidade, nomeadamente a da Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria, que liga o centro ao aeroporto, também acabou.  
 
Fonte da EAGB disse à agência Lusa que, além das avarias e da falta do gasóleo, a empresa não tem capacidade de resposta aos consumidores de Bissau, uma vez que apenas produz seis megawatts, quando necessita de 20 para cobrir as necessidades dos habitantes da capital guineense.  
 
A fonte diz que a central eléctrica de Bissau, construída ainda na época colonial, já não consegue responder às necessidades pelo que, notou, o melhor é construir uma nova central que poderia funcionar com outro combustível que não seja o gasóleo.  
 
Com a falta de electricidade da rede pública e da água canalizada muitas famílias e instituições sedeadas em Bissau têm recorrido aos serviços privados de fornecimento desses produtos.  
 
Na última noite, a EAGB já forneceu energia a alguns sectores da cidade mas parou o fornecimento de manhã.  
 
O Governo de transição disse em Outubro ter assinado um contrato para a construção de uma central de energia solar que será instalada por fases até chegar a 10 megawatts.  
 
Em Agosto, o Governo anunciou que a China iria disponibilizar 119,5 milhões de euros para instalar energia eólica em todas as ilhas da Guiné-Bissau e que só faltava a chegada de técnicos chineses para começar a instalação do equipamento. Seria também instalada energia fotovoltaica na zona sul da Guiné-Bissau.  
 
"Estamos a negociar com o BOAD - Banco Oeste Africano para o Desenvolvimento - para aquisição de novos grupos para Bissau para podermos elevar a capacidade instalada de produção de nove megawatts para pelo menos 20 megawatts", assinalou na altura o ministro dos Recursos Naturais, Daniel Gomes.  
 
Sobre todos estes projectos, nada mais foi divulgado até hoje.

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