sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Guiné-Bissau Crescimento económico este ano será menos que o previsto

O ministro das Finanças guineense anunciou ontem (quinta-feira) que o crescimento económico do país terá que ser revisto em baixa, devendo situar-se entre 2,2 ou 2,3 porcento e não nos 4,5 porcento inicialmente previstos no início do ano.    
    
Abucabar Demba Dahaba, que procedia ao balanço de oito meses do exercício do Governo de transição, admitiu que a situação política que o país viveu desde o golpe de Estado de Abril e a quebra da exportação da castanha de caju (principal produto de exportação do país) motivaram a revisão em baixa do crescimento económico.    
   
"Grande contribuinte para o crescimento económico é a castanha de caju, dada a situação que a exportação conheceu, até agora estamos a exportar a castanha (...). Para 2013 estamos a apontar para um crescimento de 2,5 a 3 porcento, provavelmente", afirmou o ministro das Finanças guineense.   
   
 Demba Dahaba disse, no entanto, que o crescimento económico para o próximo ano depende da estabilidade política.    
    
"Se a situação sociopolítica permitir e se todas essas negociações que estão em curso conseguirem manter a estabilidade, penso que o crescimento económico de 2013 pode ser promissor", frisou o governante.    
   
Para já, Demba Dahaba disse que o Governo de transição não tem tido dificuldades de maior, já que consegue pagar os salários e honrar os compromissos do Estado através de receitas internas e ajudas da Nigéria e organizações sub-regionais africanas.    
    
Nessa perspectiva, Demba Dahaba afirmou ter promessas da Nigéria, CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e UEMOA (União Económica e Monetária da África Ocidental) para uma ajuda orçamental de 10 milhões de dólares (7,5 milhões de euros).    
    
O ministro das Finanças guineense acredita também que outras instituições financeiras internacionais, nomeadamente o Banco Mundial (BM), Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e outras deverão voltar a prestar apoios à Guiné-Bissau a luz das informações e indicações que estão a receber.    
   
 Dahaba notou que recentemente o BM anunciou a retoma de todos os projectos que vinha apoiando na Guiné-Bissau, mas que havia suspendido com o golpe de Estado de 12 de abril passado, e ainda que o Banco Oeste Africano para o Desenvolvimento (BOAD) vai assinar, em janeiro, com o Governo de transição um empréstimo para a reabilitação de estradas de Bissau.        
  
Quanto às greves dos funcionários públicos, nomeadamente nos sectores da saúde, educação, correios, energia, entre outros, o ministro pede calma e paciência aos trabalhadores, frisando que o Governo "tem feito um esforço para pagar as dívidas em atraso", mas que não tem capacidade para pagar todas.  

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