quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Guiné-Bissau exemplo de democracia minada por redes criminosas


O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, apontou quarta-feira no Conselho de Segurança da ONU a Guiné-Bissau como exemplo de uma democracia minada por redes criminosas internacionais.  

Numa intervenção num debate sobre operações de manutenção de paz, que marcou a recta final do mandato de Portugal no Conselho de Segurança, Paulo Portas lembrou o "papel particularmente perverso que as organizações criminosas internacionais desempenham", desestabilizando países frágeis. 
  
"Efetivamente minam governos legítimos, derrubam processos eleitorais democráticos e promovem ao poder os seus clientes protegidos, por meios violentos, como é o caso na Guiné-Bissau", disse o ministro português. 
  
"Devido às crescentes capacidades de organizações criminosas internacionais, é preciso ter particular cuidado em prevenir que o sucesso no combate ao crime num país não resulte em transferir a ameaça para os países vizinhos, e, por isso, a abordagem regional é crucial", adiantou.  

O último relatório do secretário-geral da ONU sobre a Guiné-Bissau dá ainda conta de violações de direitos humanos, aumento do tráfico de droga e crime organizado.  

Indicações positivas dadas esta semana ao Conselho de Segurança pelo representante local da ONU foram a retoma dos trabalhos do parlamento guineense e a vontade da comunidade internacional, nomeadamente das organizações regional (CEDEAO), lusófona (CPLP), União Africana e ONU, de juntarem esforços para ultrapassar os problemas, em particular com o envio de uma missão conjunta a breve trecho.  

O chefe da diplomacia português reuniu-se quarta-feira com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, com quem discutiu as situações no Médio Oriente e em países lusófonos, como Guiné-Bissau e Timor-Leste. 
  
Na sua intervenção, referiu também a "história de sucesso" timorense como motivo de "particular orgulho" para Portugal. 
  
Portas sublinhou ainda o "empenho profundo" de Portugal em operações de manutenção de paz internacionais, sublinhando que, na última década, 23 mil portugueses estiveram ao serviço da ONU, NATO e União Europeia nalguns cenários de risco.  
   
"Foram justamente elogiados pelo seu profissionalismo e alcance a populações locais", afirmou o ministro.   

  O mandato de dois anos de Portugal no Conselho de Segurança termina a 31 de Dezembro. 

Sem comentários:

Enviar um comentário