sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Obama retira estatuto de parceiros ao Mali e à Guiné Bissau por recuos democráticos


O presidente norte-americano, Barack Obama, retirou quinta – feira ao Mali e à Guiné-Bissau o estatuto de parceiros comerciais privilegiados, uma sanção contra o que considera serem recuos democráticos naqueles países africanos, anunciou a Casa Branca. 
 
Obama optou por conceder o estatuto de parceiro ao Sudão do Sul, o mais jovem estado africano, no âmbito da revisão anual da lista do programa de crescimento e oportunidades para África, imposta por lei, e que tem em conta o estado das democracias africanas. 
 
A versão actual da lista foi instaurada pelo Congresso americano em 2000 e estabelece um regime de cooperação económica e comercial com o continente africano até 2015, facilitando as exportações africanas para os Estados Unidos. 
 
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou quinta-feira por unanimidade o envio de uma força de capacetes azuis para o Mali, um país mergulhado no caos depois de um golpe militar este ano e a tomada do norte do país por grupos islamitas com ligações à rede terrorista Al-Qaeda. 
 
O plano das Nações Unidas prevê o restabelecimento da ordem constitucional e a realização de eleições no Mali até Abril de 2013, devendo seguir-se uma intervenção militar para expulsar os islamitas. 
 
Um dos grupos islamitas, responsável por execuções e amputações públicas no norte do Mali, está a a expandir-se, admitindo membros para uma nova brigada. 
 
A nova extensão do Ansar Dine, conhecida como Ansar Shariah, levantou o seu estandarte. Um dos seus organizadores, Oumar Ould Hamaha, afirmou que a ideia é "alargar o Ansar Dine a outras comunidades no norte do Mali".
 
Os "defensores da fé" (tradução de "Ansar Dine") controlam as cidades de Kidal e Timbuktu e contam entre quinhentos e mil membros nas suas fileiras.
 
Depois de imporem uma versão rígida da lei islâmica, a Shariah, organizaram apedrejamentos até à morte de um casal acusado de adultério, cortaram as mãos a ladrões e recrutaram crianças de 12 anos para as suas fileiras. 
 
Homens fortemente armados ao serviço do grupo atacaram também bares que vendem álcool e garantem que homens e mulheres não falam em público.
 
Nas últimas semanas, os seus líderes fizeram algumas concessões e procuraram distanciar-se das acusações de terrorismo, embora muitos analistas ponham em causa a sua sinceridade.

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